'Ninguém sabe quando vai poder sair do país', diz turista brasileiro em Tel Aviv em meio a conflito entre Israel e Irã

  • 15/06/2025
(Foto: Reprodução)
Bruno Rodigheri é do RS, mora em Madri e chegou em Israel horas antes do início dos ataques. Sem saber quando poderá sair do país, relata rotina com alertas, abrigos e incerteza sobre voos. Turista brasileiro em Tel Aviv conta que não sabe quando vai conseguir sair de Israel Bruno Rodigheri, 32 anos, chegou a Tel Aviv, em Israel, no dia 12 de junho, por volta das 15h do horário local. Na madrugada do dia seguinte, iniciaram-se os ataques entre o Irã e o país no Oriente Médio. "Tive 12 horas como turista normal", afirma o brasileiro, natural de Água Santa, no Norte do RS, e há um ano morador de Madri, onde trabalha com recursos humanos. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp O plano era ficar até a próxima terça (17), mas com o espaço aéreo fechado, o voo de retorno foi cancelado. “Ninguém sabe quando vai poder sair do país. A notícia que nós temos do governo é de previsão de ficar fechado até 24 de junho. Claro que tudo pode mudar muito rápido. Um cessar-fogo ou talvez uma escalada no conflito pode alterar essa data", diz, ao g1. Bruno está hospedado em um hostel na parte histórica da cidade e relata que, apesar de a região parecer tranquila, tem vivido uma rotina de alertas e deslocamentos para abrigos antibombas. “Quando toca a sirene, temos entre um minuto e meio a dois minutos para correr para algum abrigo. No hostel onde estou tem um, mas também há um subterrâneo perto, numa delegacia”, explicou. “Hoje (domingo) foi a primeira vez que tivemos alerta durante o dia. Eu estava na rua, recebi o alerta e tive que me abrigar numa farmácia.” Bunker no hostel (à esquerda) e em uma delegacia, onde brasileiro (de camiseta preta) se protegeu durante ataques Bruno Rodigueri Alertas em hebraico e aplicativo em espanhol Bruno relata que os alertas chegam ao celular automaticamente, graças ao chip local usado para conectar a internet. Porém, o turista encontrou um empecilho ao receber as mensagens: o idioma. “Do nada meu celular começou a vibrar e apitar. Eu nem sabia que ia receber. Só que teve um probleminha: o aviso vem em hebraico. Então entrei em contato com um amigo, que me indicou brasileiros que moram aqui. Uma menina me passou um aplicativo que informa os ataques em espanhol.” Apesar da tensão, ele afirma que se sente relativamente seguro. Durante o dia, conseguiu fazer caminhadas pela rua, conhecer locais turísticos e foi à praia. “Eu não temo tanto pela minha segurança porque sei que o sistema de defesa de Israel é robusto. Quando você segue as orientações, se sente mais seguro”. Mesmo assim, afirma que mantém contato com a família e posta com regularidade em suas redes sociais, para tranquilizá-los. Bruno também destaca o apoio de outros estrangeiros hospedados no mesmo local. “Tem gente da Argentina, Bélgica, Alemanha, Rússia, Estados Unidos. Está todo mundo na mesma situação. Isso ajuda a não se sentir tão sozinho.” O brasileiro afirma que assumiu o risco ao viajar para a região. “Mesmo com os momentos de tensão, eu não me arrependo. É uma experiência que faz ver essa parte do mundo com outro olhar. A gente fala muito sobre Israel, Irã, Palestina, mas estar aqui, conversar com quem vive isso, muda tudo.” Aplicativo que traduz alertas em Tel Aviv para espanhol (direita) e mensagens enviadas para a população pelo governo israelense Reprodução Turista registra ruas de Tel Aviv durante o conflito com o Irã Bruno Rodigueri Conflito entre Irã e Israel Os ataques de Israel ao Irã começaram na última sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. Os dois principais líderes militares do país foram mortos. Em retaliação, o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel, ferindo dezenas de pessoas. Aiatolá iraniano, Ali Khamenei, afirmou que Israel provocou uma guerra e cometeu um 'grande erro'. Os ataques entre os países continuaram neste domingo (15). Explosões foram registradas em Tel Aviv, Jerusalém e Haifa, além de Teerã. Ministério da Saúde do Irã informou que 224 pessoas morreram no país desde o início do conflito; Israel registra 13 mortos até agora. Fatalidades no país incluem civis. Trump afirmou neste domingo que os EUA poderão se envolver no conflito. Segundo as agências AP e Reuters, presidente vetou um plano israelense para matar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/06/15/turista-rs-tel-aviv.ghtml


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