Governo terá política nacional para data centers; entenda o que são – e por que são considerados importantes

  • 24/05/2025
(Foto: Reprodução)
Intenção do Poder Executivo é transformar Brasil num 'polo mundial' para o armazenamento de dados. Ambientalistas se preocupam com impacto ecológico das instalações. O governo federal pretende anunciar nos próximos dias a Nova Política de Data Centers. A ideia é transformar o Brasil num polo mundial desse tipo de atividade, o que, na visão da equipe econômica, traria retorno financeiro e tecnológico ao país. Mas a iniciativa deve enfrentar críticas de ambientalistas, que temem o impacto dessas instalações no consumo de energia e de água do país (entenda ao longo dessa reportagem). Os data centers espalhados pelo mundo, atualmente, são considerados pouco sustentáveis do ponto de vista ecológico. Entenda abaixo nesta reportagem o que são os data centers, o que o governo pretende criar e as críticas à ideia. 2023: reportagem mostrou Brasil como líder de investimentos em data centers na América Latina O que são data centers? Data Centers são instalações compostas por máquinas e sistemas de alta complexidade destinados ao armazenamento, processamento e tráfego de dados de internet. Essas estruturas garantem segurança, velocidade e capacidade para inúmeras operações cotidianas na rede. O presidente da Associação Brasileira de Data Centers (ABDC), Renan Lima Alves, explica ao g1 que data center é a "casa" dos servidores, que são os computadores responsáveis por processar todas as informações digitais que usamos diariamente. No Brasil há 162 Data Centers, segundo estimativas da Associação Brasileira de Data Center. A maior concentração está no Sudeste, com 110. Logo na sequência vem o Sul, que registra 27, depois o Nordeste, com 15. O Centro-Oeste tem 8, e o Norte, 2. Data center nos Estados Unidos, em imagem de arquivo Reuters O que o governo pretende criar? O governo já finalizou a Nova Política de Data Centers – e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve apresentá-la nos próximos dias, segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira. A política foi estruturada de modo a não só atrair investimentos, mas também desenvolver a cadeia produtiva do setor. "É uma política que vai promover a atração dos investimentos, mas não só. É uma política para o desenvolvimento da cadeia produtiva, essa é uma cadeia produtiva existente no Brasil da parte de tecnologia da comunicação e informação", explica o secretário. "Porque os data centers em si, se você não tem e não pensa o desenvolvimento da cadeia produtiva, eu instalo as data centers, importa toda a máquina e o equipamento, e tchau. Vai gerar, vamos supor, num projeto de 4 mil empregos, 3800 na construção, na infraestrutura, e quando acabou a obra, acabou o emprego", contextualiza. "Então se eu pensar em data centers como um elemento estratégico, por exemplo, para aplicação de inteligência artificial dado que a gente está avançando para a indústria inteligente, indústria 4.0, isso vai ser fundamental", defende Moreira. Considerando que 60% dos serviços de infraestrutura digital do país estão no exterior, a política também tem por objetivo buscar a soberania digital do país, uma vez que essa dependência se reflete em um déficit anual de R$ 6 a 8 bilhões na balança comercial brasileira. O Brasil também quer destacar suas vantagens competitivas, como a capacidade de produzir energia limpa, localização privilegiada, além da condição geográfica, para atrair investimentos. Mas a proposta não é só o "investimento pelo investimento". "Tem que ter uma contrapartida, e qual é? É que também haja uma demanda por tecnologia da informação e comunicação para o Brasil e que estimule o investimento no adensamento dessa cadeia produtiva", explica Moreira. Também está prevista a isenção de bens de capitais que não sejam produzidos no Brasil. Se houve produção no país, como meio de proteção da indústria nacional, a isenção não se aplica. Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a medida é uma "antecipação da reforma tributária sobre o consumo" para o setor digital. “A antecipação dos efeitos da Reforma Tributária vai permitir que todo investimento no Brasil, no setor, seja desonerado, e que toda exportação de serviços a partir dos data centers também seja absolutamente desonerada”, explicou Haddad. A política foi coordenada pela Casa Civil, junto aos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Fazenda; Ciência, Tecnologia e Inovação; Minas e Energia; além do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Haddad diz que governo vai publicar MP para desonerar data centers de tributos Quais são as críticas em relação à ideia? Esperando retorno do Idec, que faz fortes críticas aos data centers Fazer perguntas para IAs pode evaporar água suficiente para abastecer cidades; governo quer atrair data centers com isenção de impostos Haddad defendeu, no começo deste mês, que "queremos que a economia digital no Brasil seja simultaneamente digital e verde”. Para isso, ele disse que o objetivo é prover as data centers de energia limpa e processar os dados com segurança cibernética e jurídica, a fim de oferecer ao mundo “o melhor tipo de serviço possível”. Moreira Lima assegurou que a preservação do meio ambiente foi um ponto de consideração das discussões sobre a política. Em nota, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima disse que "participará do processo de regulamentação da Política Nacional de Data Centers, etapa em que serão definidas suas salvaguardas e critérios ambientais”.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/05/24/governo-tera-politica-nacional-para-data-centers-entenda-o-que-sao-e-por-que-sao-considerados-importantes.ghtml


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